O mais recente capítulo da franquia Planeta dos Macacos, O Reinado, marca o início de uma nova trilogia, funcionando quase como um soft reboot da saga. Ambientado séculos após o legado de César, o filme apresenta uma sociedade dominada pelos macacos, enquanto os humanos vivem em reclusão. Mesmo sem a necessidade de conhecer os filmes anteriores, a trama consegue envolver, trazendo uma jovem protagonista em uma jornada de autodescoberta e redefinição do futuro.
Visualmente, o filme impressiona. A captura de movimentos atingiu novos níveis de realismo, fazendo com que seja ainda mais fácil esquecer que há atores por trás dos personagens. A construção do mundo e a interação entre macacos e humanos são tecnicamente impecáveis, criando uma experiência imersiva que honra o legado visual da franquia — seja com maquiagens ou computadores.
No entanto, o roteiro tropeça nas próprias ambições. Ao tentar equilibrar o peso de introduzir novos personagens, junto de relações e de conflitos, são sacrificadas profundidades de algumas escolhas narrativas. Certos momentos que poderiam surpreender (ou adicionar camadas à trama) acabam previsíveis, ou subaproveitados. Além disso, o foco excessivo no conceito inicial e na preparação para os próximos filmes da trilogia enfraquece o impacto deste capítulo isolado.
Ainda assim, o filme entrega ação de emocionar, com um senso de aventura bem trabalhado, mesmo que a mensagem sobre poder, hierarquia, confiança e responsabilidade não traga nada inovador. Apesar das falhas, O Reinado diverte e tem potencial para explorar novos territórios nos próximos capítulos. Se você é fã da franquia ou aprecia aventuras visualmente deslumbrantes, vale a pena conferir.