Os Grandes Sucessos

Os Grandes Sucessos foi uma das melhores surpresas do ano. A protagonista, interpretada por Lucy Boynton (Bohemian Rhapsody), viaja no tempo por meio das músicas que escuta, contanto que elas contenham alguma memória do seu falecido namorado.

Em apenas 1h30min, o filme consegue contar uma narrativa de complexidade emocional, dando peso para o novo romance da personagem com Justin H. Min (Umbrella Academy) e explorando seu luto em flashbacks que contam com a ilustre presença do futuro Superman, David Corenswet.

Romances que utilizam do artifício da viagem no tempo tendem a cair em tropos cansados, mas este filme consegue trazer uma roupagem refrescante ao gênero, como Palm Springs e Questão de Tempo fizeram há alguns anos. As viagens são consistentes em suas regras e gatilhos, sem um apelo de terceiro ato para uma solução extraordinária.

O filme levanta discussões interessantes sobre luto, principalmente sobre como seguir em frente, sem criar um clima totalmente triste para o espectador. Tem um final satisfatório, e como um todo consegue equilibrar o romance com sci-fi agradando os dois lados.

Dito tudo isso, é uma pena que a tradução do título perde o duplo sentido do original (de Greatest Hits para Grandes Sucessos).