Moana 2 retorna com a jovem aventureira e seus amigos icônicos — Maui, o porquinho, a galinha e a onda — para enfrentar um novo antagonista em uma história que tenta replicar o brilho do primeiro longa, mas tropeça em quase todos os aspectos.

O maior problema do filme é a falta de direção. A narrativa parece estruturada em pedaços desconexos — o que faz sentido quando consideramos que o filme supostamente começou como uma série para streaming, antes de ser transformado em um longa-metragem. Essa origem fica evidente, com divisões claras que fragmentam a história e tornam o ritmo cansativo, especialmente na metade do filme, onde tudo parece ir do nada a lugar nenhum.

Outro ponto negativo é a infantilização excessiva da trama. Diferentemente do original, que conseguiu equilibrar o apelo para crianças e adultos, Moana 2 parece mirar exclusivamente no público mais jovem, deixando pouco espaço para todo o carisma universal (e atemporal) que fez do primeiro filme um sucesso.

Sobre músicas: uma decepção. Um dos maiores destaques do primeiro Moana é justamente sua trilha chiclete. Agora, as novas canções são esquecíveis, e o único momento em que um sorriso verdadeiro surge é quando a trilha do primeiro filme retorna brevemente, no final.

O resultado? Uma sequência que parece uma aposta segura demais, jogando com personagens que os espectadores já amam, mas sem oferecer nada de novo, nem de sincero. Para um estúdio que já nos entregou animações recentes de qualidade — vide Wish e até o subestimado Mundo Estranho –, Moana 2 parece uma escolha preguiçosa, tanto narrativa quanto artisticamente.