Novo filme da Sidney Sweeney, reconhecida por seu papel na série Euphoria da HBO, Imaculada é um terror religioso que trata de uma freira americana que vai viver em um convento italiano e acaba descobrindo segredos sombrios sobre o lugar.
Autonomia corporal é a principal fonte da tensão e temor, principalmente quando se coloca em pauta as discussões que estão acontecendo nos Estados Unidos sobre saúde materna e o direito ao aborto. O filme nada sutilmente explora o verdadeiro terror que é não ter dizer algum sobre o que acontece com seu corpo.
O trabalho de Sydney Sweeney no filme consegue elevá-lo para uma obra memorável, vendendo o terror que se encontra bem mais no subtexto do filme do que nos jumpscares.
A fotografia conta com cenas marcantes, porém mais espaçadas do que o esperado. O figurino é bem colocado, contando uma história por si só.
Onde o filme peca é na sua dependência excessiva no fator de choque e uso de violência: em certos momentos, como no fim do filme, é bem colocada e te engaja, mas em outros deixa a desejar, te desengajando da obra.
O uso do verdadeiro escuro acaba decepcionando a não ser aproveitado para nada interessante, diferente de filmes como o Halloween original que com muito menos conseguem usá-lo como ferramenta de tensão.
Tomando inspirações do gênero italiano Giallo, inclusive com um personagem chamado Dr. Giallo, o filme quer beber desta fonte, mas não carrega a história da protagonista com a força que obras do gênero conseguem, mesmo com o cenário italiano tendo as ferramentas para amplificar a história.
O final é corajoso, quiçá polêmico, conseguindo tornar a história que, até então, era esquecível, num objeto de discussão profunda.