Furiosa faz o básico. O filme se passa anos antes de Estrada da Fúria e conta a origem dessa personagem de importância. É um longa que não chega aos pés de seu predecessor, mas isso não tira o mérito da história.
Um dos grandes desafios para o elenco de qualquer Mad Max é a necessidade de carregar o peso emocional da história com pouquíssimo diálogo, e Anya Taylor-Joy (O Menu, Fragmentado) interpreta a personagem com maestria.
Em 2h30, o roteiro busca contar uma vida inteira, mas não consegue justificar a necessidade da sua própria duração, já que o universo não é particularmente expandido além do que já conhecemos do restante da franquia.
A edição se destaca pelo uso frequente de transições fade to black, o que indica uma incerteza de como conectar os pontos da história, que vai pulando entre alguns núcleos sem que a linha de raciocínio fique clara.
Um grande divisor de águas para falar de Furiosa em relação aos demais Mad Max é que esse é o primeiro filme da franquia que se sustenta, praticamente, 100% em efeitos de computação gráfica. Um dos maiores apelos para o público era saber que as cenas espetaculares da telona eram verdadeiras, e a falta desse aspecto é fortemente sentida, e o filme perde muito por isso.
Dito isso, o som e visual continuam sendo pontos fortes, além da presença de uma história mais complexa do que o usual, com o restante da franquia sendo apenas sobre vingança.