Chico Bento

Chico Bento e a Goiabeira Maraviosa traz o caipira mais amado dos gibis para as telonas, numa aventura que mistura humor, crítica social e uma boa dose de nostalgia. O filme acompanha Chico Bento tentando proteger a icônica goiabeira de ser derrubada, com um tom que combina a simplicidade da vida na roça com um apelo ambientalista impressionantemente acessível para crianças.

Apesar da boa intenção e da mensagem relevante, o humor do filme acaba pendendo para um caminho fácil: aposta em piadas repetitivas que podem agradar o público infantil, mas se tornam cansativas para os adultos. É um estilo que lembra o universo da Turma da Mônica no cinema — especialmente em Lições e Laços — mas que aqui não alcança o mesmo equilíbrio entre diversão e profundidade.

O maior trunfo do filme está na mensagem ambientalista e nas reflexões que ele provoca. O contraste entre o antagonista (um capitalista exagerado) e Chico (com sua visão mais comunitária, sustentável), é bem trabalhado. A história explora temas como a valorização das pequenas comunidades, a luta contra a exploração indiscriminada dos recursos naturais e ainda uma pitada de contrastes entre o caipira raíz e o novo “agroboy”.

Ainda assim, o filme poderia ter investido mais em dar peso a esses temas, criando um impacto maior sem abandonar seu público-alvo. A dinâmica entre Chico e Rosinha adiciona um toque doce à narrativa, enquanto o antagonista (e seu pai capitalista, que representa as forças urbanas opressoras) oferece uma camada crítica interessante, mesmo que um pouco simplista.

Embora não alcance o brilho dos filmes da Turma da Mônica, Chico Bento e a Goiabeira Maraviosa é uma experiência agradável. Vale levar as crianças.